Saudações
Ilmo
Prof. Dr. Dirceu Agostinetto, digníssimo diretor da FAEM, a quem saúdo e o faço
de forma extensiva a todos os integrantes da comunidade que V.Sa. representa;
Queridos
Professores Eduardo Algayer Osório, Homenageado da nossa turma e Luís Osmar
Braga Schuch, Presidente da Associação de Ex alunos da FAEM;
Colega
Edvan Alves Chagas, Chefe da Embrapa de Roraima
Caros
colegas; Queridos amigos e familiares
Há exatos 50 anos, no dia 08 de dezembro de 1973,
cento e oito jovens colavam grau na Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel da recém-criada
Universidade Federal de Pelotas, carregando consigo o codinome de “Turma dos
Noventa Anos”, vez que a referida instituição, nesta mesma data, completava 90
anos de proficiente e ininterrupta atividade de formação em ensino e pesquisa. De
lá para cá foram mais cinquenta anos de formação de Engenheiros Agrônomos superando
mais de sete mil e trezentos graduados ao longo da história.
Portanto, neste momento, é imperioso externar meus
agradecimentos a todos os presentes a este evento e cumprimentar a nossa FAEM
pelos seus 140 anos de profícua existência.
Sinto-me hoje imensamente feliz, honrado e orgulhoso
por poder representar a ATA73 nesta sessão solene de entrega dos Certificados e
Trevos de Ouro, mas tenho certeza que tais sentimentos também são próprios do
conjunto de colegas aqui presentes. Embora estejamos comemorando 50 anos de uma
trajetória profissional, devemos reconhecer, sem demérito desta, que a história
começa, na verdade em um tempo anterior, quando um grupo de jovens estudantes,
cheios de sonhos e aspirações, adentravam pela primeira vez o hall da quase
centenária FAEM.
Este período exponencial de nossas vidas foi sem
duvida o pré-requisito daquilo que nos tornamos após a formatura, ou seja, profissionais
comprometidos com a Agronomia e seus mais variados campos do saber e
atividades. O período em tela forjou-nos a todos através do estudo, da busca do
saber e da técnica, somados ao desenvolvimento do caráter para o qual amizade,
companheirismo, auxílio, apoio, diversão e brincadeiras, contribuíram
sobremaneira.
As pessoas de um modo geral costumam manifestar uma
relação de apego às suas raízes, ao lugar de nascimento e ou criação e, em
última análise, ao que usualmente denominamos de “minha terra”.
O Engenheiro Agrônomo, muito mais do
que outros, experimenta com a terra um envolvimento deveras íntimo,
praticamente umbilical, que ultrapassa os limites do apego às raízes e
estende-se ao desenvolvimento do próprio ambiente de trabalho, aos aspectos
técnicos e científicos, relações de descobertas e de produção de alimentos alem
de outros bens.
Existe, neste plano, uma dualidade a ser considerada:
se por um lado a terra cumpre seu papel de mãe – nos proporcionando a vida e
tudo de que precisamos – de outro faz o papel de filha, porque a tomamos nas
mãos, nos inebriamos com seu cheiro, dedicamos nossos dias e perdemos nosso
sono com ela. Tentamos corrigi-la enfim, para que se mantenha saudável e dê os
melhores frutos
Por paradoxal que pareça, constitui-se numa relação
por demais complexa e também extremamente simples que o conhecimento científico
aliado à sensibilidade do Engenheiro Agrônomo, consegue combinar.
É exatamente por considerar esses e outros aspectos
daí decorrentes que precisamos desenvolver esse sentimento afetuoso para com
ela e que em larga medida resulte em ações respeitosas e protetoras.
A Agronomia e a profissão de Engenheiro Agrônomo como
qualquer outra atividade ou profissão apresentam riscos e desafios, mas
expormo-nos a eles e enfrentá-los é o único caminho, pois no dizer de Shakespeare:
“Não é digno de saborear o mel aquele que se afasta da colméia por medo das
picadas das abelhas”.
A Agronomia, como outras ciências, evolui
presentemente de forma vertiginosa mediante os grandes avanços científicos e
tecnológicos. Mas por mais que isso ocorra, o Engenheiro Agrônomo nunca poderá
perder o respeito pela terra e o meio ambiente.
Conhecer o passado da nossa profissão e da atividade
que abraçamos é muito importante, pois como refere o Filósofo Kerkegaard: “A
vida só pode ser compreendida olhando-se para trás, mas só pode ser vivida
olhando-se adiante”.
Por isso, particularmente, falar sobre a Agronomia e o
Engenheiro Agrônomo, torna-me altamente suspeito e parcial, razão pela qual
peço a todos que compreendam e já me vejam de antemão como merecedor do perdão
pelos exageros próprios daqueles que se apaixonam como me apaixonei pela
profissão e seu objeto de estudo.
Finalmente, gostaria de reafirmar que se me fosse
permitido, e penso poder estender a todos os colegas, ter outra experiência em
uma nova vida, se é que isso de fato é possível, gostaria que Deus me
concedesse a graça de ser outra vez Engenheiro Agrônomo.
Muito Obrigado.
Foto do encerramento da Sessão Solene.
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